terça-feira, 16 de outubro de 2007

Falta de vergonha

Há manhãs, que a gente não quer, mas amanhece
com vontade de chutar o pau da barraca
e no decorrer do dia queria esquecer e
como cabra-cega, enfiar o pé numa jaca.

Alguns mais bobocas outros menos babacas
eu que cria na cria, agora não creio mais
alma sem juízo algum e a mente esperta
e tudo que nos parecia ir de pior a mal
no negro calar da noite tudo se acerta
com milhão de dólares em paraíso fiscal,
depois negar tudo. corrupto? Isso jamais!

Assim milho verde amassado vira pamonha
no armado entrevero de godos e visigodos
deixa a coroa do rei, metalúrgico nunca mais
esqueça o líder caído de maduro, ora veja
como no vil transtorno operário de torno
vão anéis e ficam dedos, mas nem todos e
nossas caras sujas por falta de vergonha
maior falta ainda os nossos míseros reais
no fim mais uma pizza e copos de cerveja.

Será difícil entenderem minhas alusões?

Dizem: pra quem sabe ler pingo é letra
mas para minha cultura já não tão tosca
pingo sem letra não é assim tão banal
pode ser muita coisa até titica de mosca
há bem mais que isso e cheira muito mal
e já falei demais agora, PT, saudações!

Há manhãs, a gente não quer, mas amanhece
com vontade de chutar o pau da barraca
e no decorrer do dia queria esquecer e
como cabra-cega, enfiar o pé numa jaca.
Poema de: Antonio Fernandes

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